Subjektivität: Gründungsmythen, Kultur, Identifizierung und Idealisierung.
Wenn solch ein gewaltsames Ausrasten auftritt, anscheinend unabhängig von der persönlichen Geschichte und ziemlich sinnlos, denken wir, dass es sich nicht um etwas Vergessenes (Unterdrücktes) in der Psyche handelt, dass auf die Wirklichkeit trifft. Es geht um etwas radikaleres, eine echte Spaltung; eine Abtrennung, in der der Affekte einfach nicht in der Psyche verarbeitet werden kann. Der Affekt kann nicht mit einer Darstellung verknüpft werden, zu der bereits aufgebauten symbolischen Referenz, dadurch wird er in der Psyche auf die Seite gedrängt und explodiert in einem Akt der Gewalt.
Wie verschiedene Psychoanalytiker heutzutage, in absoluter Übereinstimmung mit zeitgenössischen Philosophen und Soziologen, bezeugen, ist, dass es möglich sei, zu postulieren, dass wir heute in einer Krise von Vermittlung von Werten und symbolischen Referenzen leben, die von entscheidender Bedeutung für die Psyche und für das alltägliche Leben sind. Diese symbolischen Unterstützer dienen als Ausgangspunkt, um das bewältigen von Situationen, die für Menschen als Existenzfragen gelten, zu schaffen: Sexualität, Tod, Gemeinschaft, Trennung, Verbindung, Verwandtschaft, usw. Ein Beispiel dafür; sie werden durch Herkunftsmythen, Mythen über unsere Ahnen, gemeinsame soziale Projekte (Utopien) oder symbolische Kennzeichen, die die Zugehörigkeit zu einer Gruppe bezeichnen, übermittelt.
Violências contemporâneas: de súbito, o ato. (Parte II)
Subjetividade: mitos fundadores, cultura, identificação e ideal.
Quando ocorre uma passagem ao ato tão violenta, descolada da história pessoal e bastante sem sentido, pensamos que não se trata de algo esquecido (recalcado) no psiquismo e que ganha contornos na realidade. Trata-se de algo mais radical, uma verdadeira clivagem, uma separação na qual o afeto simplesmente não tem em que se "agarrar" no psiquismo. O afeto não consegue ligar-se à nenhuma representação, aos referenciais simbólicos já constituídos, portanto fica forçosamente deixado de lado e explode em ato.
Tal como afirmam diferentes psicanalistas hoje, em franco acordo com filósofos e sociólogos contemporâneos, é possível postularmos que na contemporaneidade vivemos uma crise na transmissão de valores e referenciais simbólicos que são fundamentais para a sustentação do psiquismo e da vida em comum. Os suportes simbólicos servem como base para a elaboração de situações relacionadas às temáticas fundantes do ser humano: sexualidade, morte, união, separação, filiação, parentesco, etc. Eles são transmitidos, por exemplo, através de mitos sobre nossas origens, nossos antepassados, projetos sociais em comum (utopias), ou marcas simbólicas que denotem o pertencimento a um grupo....